quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Onde cantam os pássaros - Evie Wyld

Quem nunca comprou um livro pela capa, que atire a primeira pedra! O meu exemplar de "Onde cantam os pássaros" - escrito pela autora britânica Evie Wyld - foi adquirido justamente em virtude de possuir um dos invólucros mais atraentes que já vi.
A Darkside books, possui a capacidade de realizar projetos literários completos, com designs gráficos tão sedutores quanto o conteúdo.
Você começa a devorar o livro pela capa, pois ela te atrai, assim como uma embalagem de cereal matinal faz ao aguçar nossa gula, quando a  avistamos na prateleira do mercado.

A história até que é interessante, e de cara me apaixonei pela protagonista, a criadora de ovelhas Jake Whyte. No início a narrativa não linear me deixou um pouco confusa, não por que intercala capítulos que falam de presente, com outros que tratam do passado, mas por não possuir muita coesão entre eles. Demora um pouco pra estória engatar a segunda marcha, mas com paciência, é possível compreender sua dinâmica.
Jake vive em uma fazenda, criando ovelhas. Seu objetivo inicial é descobrir o que está por trás das mortes violentas de seus animais, que começam a aparecer dilacerados.
Sua propriedade fica em uma ilha da Grã-Bretanha, mas Jake é australiana, e por isso  a maior parte da narrativa se concentra em situações vivenciadas por ela, lá pelas bandas do hemisfério sul.
Jake se prostituiu. Encontrou um homem muito mais velho, que decidiu resgatá-la desta vida. Então, resolveu fugir para o deserto australiano, onde aprendeu a tosquiar ovelhas com estranhos, e enfim - não sei como - se mudou para a Inglaterra para criar seu próprio rebanho.
Já na Grã-Bretanha, em sua propriedade (adquirida ou arrendada, não dá para entender direito) surge o bêbado errante Lloyd, que ela encontra dormindo em seu galpão de tosquia e a partir daí, os dois desenvolvem uma relação estranha. Jake permite que ele vá ficando na fazenda, creio que, por se sentir mais segura com um homem ao lado.
Flashbacks do passado de Jake, trazem a tona seus mistérios, como o fato de que ela possui uma família que abandonou na Austrália, e explicam muito de sua personalidade arredia. 
Devo confessar que apesar da simpatia que nutri por Jake, as pontas soltas deixadas pela autora frustraram meu intento de obter respostas e conclusões para as dúvidas que surgiram ao longo do suspense.
Evie Wyld é uma autora premiada, mas acredito que esta obra, infelizmente, não está a altura de seu talento.
Entretanto, a firmeza da personalidade de Jake, do meu ponto de vista, foi o que salvou a história. Uma mulher forte, cheia de cicatrizes profundas nas costas - a explicação sobre elas ocorre nos últimos capítulos - e na alma sofrida. Sua capacidade de superação é admirável e a resiliência fica como lição principal.
Muitas foram as críticas negativas que li sobre a obra de Evie, porém, recomendo a leitura mesmo assim, já que sempre é possível extrair algo positivo de um livro, seja ele qual for.

Leia sempre!
Boa noite e boa leitura ; )



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