quarta-feira, 27 de junho de 2018

O homem de giz - CJ Tudor

Um dos meus passatempos preferidos é passear de vez em quando pela Saraiva Megastore, do Shopping Center Norte, aqui em São Paulo.
Num desses passeios, encontrei um livro em promoção: "O homem de giz" da autora britânica CJ Tudor (Sim! Mais uma autora britânica).



Segue a resenha abaixo:

Eddie Addams era apenas um garoto de 12 anos, quando junto de seus amigos encontrou partes de um corpo em um bosque, numa pequena cidade do interior da Inglaterra. O mais interessante é que a localização de cada parte do cadáver foi sinalizada por desenhos de giz.
Com o passar dos anos, Eddie e seus amigos Gavin, Hoppo, Mickey e Nick (uma garota) tentam superar o trauma, entre idas e vindas em trajetórias que se confundem.
Gavin por exemplo sofre um acidente de carro e fica paraplégico. Mickey, perde o irmão mais velho de maneira trágica, Nick sofre danos irreparáveis após uma agressão ao pai - um reverendo da Igreja Anglicana - que fica demente e é mandado a uma espécie de retiro psiquiátrico. Hoppo e Eddie, sofrem com a doença de seus pais - a mãe de Hoppo com demência senil e o pai de Eddie com Mal de Alzheimer.
Meus Deus! Quanta tragédia... Mas não para por aí, porque a questão central da história ainda precisa ser respondida: quem matou Eliza? Sim, a menina do bosque tinha nome e foi identificada... Apesar de nunca terem encontrado sua cabeça, os policiais chegaram a conclusão de que se tratava de Eliza.

A narrativa alterna-se entre passado e futuro, e em alguns momentos o leitor pode se sentir perdido (eu me senti um pouco), mas essa dinâmica é interessante pois torna a leitura mais fluida.
O narrador em primeira pessoa (mais um, heim - faz tempo que não sei o que é ler uma narrativa em terceira pessoa) apesar de subjetivo - pois é a visão de mundo de Eddie Addams que prevalece - torna o texto rico e intenso, trazendo a tona as emoções da personagem, além de ir revelando pouco a pouco, alguns de seus segredos mais sombrios e profundos.
As personagens não decepcionam. Cada uma delas, com seu perfil psicológico bem traçado que se desenvolve ao longo do enredo, revela o pior e o melhor de seu caráter - porque sim, esse é o escopo do livro: causar uma reflexão sobre o que é a bondade, traçar um paralelo entre bem e mal e mostrar o quanto estes extremos podem ser relativizados.
Algumas temáticas abordadas ao longo da história, como por exemplo estupro, aborto, relacionamento entre pessoas com diferença muito grande de idade e hipocrisia religiosa, nos fazem refletir muito sobre o quanto somos fechados e não discutimos esses tabus, nem em nossas casas e tampouco em sociedade.
Gostei muito de uma frase da mãe de Eddie - a médica Marianne - que me casou impacto, gerou um questionamento interno e muita reflexão:
"- Esse é o ponto, Eddie. Você precisa entender que ser uma pessoa boa não é cantar hinos ou orar para algum deus. Não se trata de ostentar uma cruz ou ir à igreja todo domingo. Ser uma pessoa boa tem a ver com a maneira como você trata os outros. As pessoas boas não precisam de religião, porque sabem em seu íntimos que estão fazendo a coisa certa."

Lindo... E é com essa frase que me despeço de vocês, recomendando essa obra e desejando uma boa leitura!!!

"O homem de giz"
Autora: CJ Tudor
Editora: Intrínseca
Páginas: 269

Avaliação: 5 estrelas

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